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Mandioca, mandioca e mandioca! Eis o ingrediente eleito pelo chef Mauro Airosa, para um refeição saborosa, nutritiva e pouco dispendiosa!

No âmbito do projeto “JobPass COMunidade”, promovido pela Sea – Social Entrepreneurs Agency, a equipa da Rede DLBC Lisboa visitou as instalações da Ajuda de Mãe, em Lisboa, onde, na cozinha, o chef, com um grupo de ajudantes, nos trouxe cheiros, temperos e sabores da comida africana.

Este projeto tem como objetivo capacitar públicos, em três áreas profissionais, nomeadamente, Cozinha Africana, Cervejaria Artesanal e Chocolataria, contribuindo para a inserção laboral de comunidades e pessoas em risco de exclusão social. Além disso, promove competências sociais e pessoais e de aprendizagem, assim como apoia a construção de projetos de vida.

Havia alguma agitação na cozinha, com as “alunas” em acesa atividade, entre facas afiadas, tábuas e panelas fumegantes, sempre sob a supervisão do chef Airosa. “Vamos fazer três texturas diferentes, vamos ter a mandioca em creme, em chips, para dar crocante ao prato, e em farofa. Vamos acompanhar estas guarnições com robalo, já filetado pelas minhas ajudantes”, revelou Mauro, explicando que a gordura usada para cozinhar neste dia seria “o óleo de palma.”

“Existindo paixão pela cozinha, as coisas acontecem!”

Decorridas três semanas de trabalho, o balanço está a ser positivo! “O projeto está a correr muito bem. O que eu noto é que existe jeito e gosto e, acima de tudo, o gratificante é ver a evolução delas, em pouco tempo. Claro que precisam de uma orientação técnica, mas existindo paixão pela cozinha, as coisas acontecem!”, salienta o chef. “Começámos com as bases de cozinha, universais para tudo, e agora estamos a usá-las na confeção de alimentos e pratos. Já lhes expliquei a importância da confeção dos caldos, da caramelização para extrairmos o máximo de sabor dos alimentos…”, tudo sem nunca descurar o tema do desperdício. Com o que sobrou do corte da mandioca, ainda foram feitos uns palitos, muito semelhantes a batatas fritas, para acompanhar com um qualquer molho a gosto. “É importante não desperdiçar”, realça Mauro.

Para que não houvesse desperdício, com as sobras foram feitos palitos de mandioca

“Noutro dia fizemos aqui uma sopa deliciosa, com uma técnica ótima”, soltou, entusiasmada, Anabela, uma das “alunas”, que confessou “ir repetir a receita em casa”.

“Cebola, alho e pimentos”, vai dizendo o chef Airosa, enquanto fala connosco, dando indicações para a preparação e confeção do creme de mandioca. “Já não lhes digo para picar a cebola, peço uma brunesa de algo… Já não é preciso explicar-lhes que é uma técnica francesa, um tipo de corte de vegetais, crus, aos cubos, sobre a tábua… Aliás, hoje já apareceu feita!”.

O corte das proteínas também já foi abordado. “Começámos com o peixe, que acaba por ser um produto mais específico a este nível, como, por exemplo, filetar este robalo que vamos confecionar hoje.”

O robalo filetado que acompanhou a mandioca, à espera de ser frito

“São dedicadas e atentas”

O “curso” vai durar até final de julho e Mauro, meio a brincar, meio a sério, vai dizendo: “O objetivo? Quero levar daqui o maior número de cozinheiras possível para o meu restaurante! Com a falta que há no mercado…”

O grau de dificuldade vai aumentando à medida que os dias passam, mas, o pretendido neste dia era mostrar que “com um produto, podemos fazer, dentro do mesmo prato e a baixo custo, várias texturas e uma apresentação diferente”.

Perante os sorrisos e o entusiasmo que demonstraram no que estavam a fazer, não tivemos dúvidas de que as “aprendizes” estavam a gostar. “São dedicadas, atentas e, se por algum motivo não podem vir ou vão chegar atrasadas, avisam-me.”

À medida que o trabalho vai avançando, as nossas narinas vão sendo invadidas por aromas extremamente agradáveis, que nos abrem o apetite. Mas nem só de parte prática vivem os ensinamentos do chef Airosa…

“Amanhã vamos fazer uma aula online, na qual lhes vou mostrar como é o início de um serviço de cozinha, toda a base das preparações, como é que eu coordeno a minha equipa por secções…. Tenho pessoas só para fazer a mise en place, outras só para tratar da proteína, outras apenas para as guarnições… E elas vão perceber que há toda uma preparação e uma hierarquia, vão entender como é que as coisas funcionam num restaurante.”

Quando, finalmente, tudo está encaminhado, o creme já passado, os chips fritos, a farofa preparada e os filetes de robalo prontos, chegou a hora de empratar! Depois de degustada a entrada, palitos de mandioca frita, o chef “faz as honras da casa”, para exemplificar, seguem-se as “pupilas”. Tivemos direito a provar e garantimos, estava um delícia! “De comer e chorar por mais!”

AAH

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