[Entrevista GAL] ARISCO celebra 25 anos a arriscar pela saúde do país

RUIRODRIGUES

A ARISCO – Instituição para a Promoção Social e da Saúde foi constituída como organização não governamental no dia 16 de novembro de 1993. Cinco anos depois foi reconhecida com o estatuto de Entidade de Utilidade Pública. E vinte e cinco anos depois, o que anda a fazer o nosso associado? A Filipa Rogério, a Sofia Couto e a Maria Portugal, da direção, partilharam connosco um pouco da rica história da ARISCO em prol da saúde do país, recorrendo ao jogo e à capacitação… mas também falaram do futuro.

 

Começamos esta conversa com uma provocação. Em que medida a ARISCO tem sido arisca no campo da promoção social e da saúde?

A Arisco tem desenvolvido ao longo destes 25 anos projetos muito inovadores e que têm como pilar, desde sempre, o conceito de trabalho em rede. Todos os projetos estão inseridos numa perspetiva ecológica de intervenção, assentando numa estrutura de capacitação de grupos alvos estratégicos (professores, educadores, psicólogos, monitores, médicos, psicólogos) e supervisão/apoio posterior do seu trabalho com o grupo alvo final (crianças e jovens).

Os materiais utilizados são da nossa autoria, construídos numa vertente lúdica e de dinâmica de grupo, apostando em projetos abrangentes e inovadores. A sua metodologia é a da importância das relações de qualidade estabelecidas entre os vários intervenientes e de ação reflexão ação.

 

Que principais feitos destacaria nestes 25 anos de instituição?

Não podemos deixar de enaltecer a manutenção de uma associação sem financiamentos diretos do estado, durante 25 anos… já é um feito. O trabalho da Arisco é reconhecido por várias entidades parceiras e por vários municípios que articulam connosco há vários anos.

Destacamos a nossa formação ministrada a técnicos que possibilita uma intervenção que pode ser multiplicada e adaptada por cada um à sua própria forma de trabalhar e aos diferentes contextos e relações que estabelecem.

Destacamos dois projetos de impacto nacional e aplicados em grande escala, o “Aventura na Cidade” e o “Prevenir em Coleção”, abrangendo crianças e jovens. Projetos lúdico pedagógicos, o primeiro parte dos jogos de personagens um verdadeiro “balão de ensaio da vida real” e o segundo, apoiado na prática de colecionar, integra os conteúdos escolares e a promoção da saúde, no crescimento da 2ª infância.

O trabalho com professores é transversal aos 25 anos de trabalho, mas também jovens universitários (projeto “Unicidades”) numa lógica de empoderamento dos futuros adultos da sociedade, com médicos e enfermeiros em formações (à escala nacional) na área dos cuidados de saúde primários e saúde mental.

 

Em que consistem as vossas “Baralhações”? Que efeitos tem este jogo nos seus jogadores/as?

O “Baralhações” é um material lúdico-pedagógico em forma de baralho, constituído por 80 cartas ilustradas e respetivo manual de apoio, que remetem para a abordagem do tema Emoções. A exploração deste material visa criar um espaço de partilha de vivências em grupo, no qual se pretende promover o desenvolvimento de competências pessoais e sociais. Neste sentido, permite desenvolver a expressão oral, pensamento criativo, aceitação do outro, funcionamento em equipa, assim como a identificação, o controlo e a gestão de emoções, bem como um sentimento de reconhecimento e de pertença, essenciais à consolidação da auto estima e da integração social. O Baralhações pode ser utilizado em variados contextos de trabalho ou lazer, dos quais são exemplos: dinamização de grupos, ações de formação, debate sobre um tema e a avaliação de um acontecimento. É um material muito plástico, metafórico, pelo que o seu uso se adapta a diferentes populações, a diferentes objetivos de trabalho, consoante a criatividade e imaginação de cada um!

Da nossa experiência, o efeito mais imediato das dinâmicas usadas com o baralhações é o da diversão. Este contacto lúdico com as emoções que o material desperta, facilita as relações interpessoais, agiliza a gestão das emoções, mesmo aquelas que são mais difíceis de elaborar. Isto é visível na aplicação e utilização deste material, que acontece em contexto protegido e depois se estende ao real, melhorando a inteligência emocional.

 

Partilhe connosco um projeto da ARISCO na calha.

O “Perdidos no Jogo” é um projeto novo, está a começar a ser aplicado em Cascais, “um instrumento que desperta” novas experiências de descoberta de si, muito além do mundo digital”. É dirigido a crianças e jovens e tem como principais objetivos a prevenção de qualquer tipo de adições, inclusive a dos jogos online. É um projeto com a marca da Arisco, porque tem como objetivos a promoção da utilização saudável do jogo, a promoção do desenvolvimento de competências sócio-emocionais e capacitação de agentes educativos para a promoção da utilização saudável do jogo. Constitui-se como um jogo de tabuleiro para pequenas equipas de jovens. Este projeto constitui-se como inovador e muito atual face às necessidades e riscos dos dias de hoje, uma vez eu não deixa de ser um projeto lúdico e baseado na relação, mas intervém na área da tomada de consciência sobre os fatores de risco associados aos diferentes tipos de Jogos.

 

A ARISCO já colaborou com outro (s) associado(s) da Rede DLBC Lisboa nos últimos 3 anos?

Entrámos para a Rede DLBC Lisboa na altura do primeiro Bip/Zip, em Fevereiro de 2015, com o projeto M.D.L. (“Manual para Descobrir Lugares”) em que articulávamos com a Freguesia de Santa Maria Maior e Freguesia de São Vicente.

 

 

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